cine instituto cpfl – 1º festival do audiovisual
De 06/11 a 05/12
>> As sessões são abertas ao público, gratuitamente, no Instituto CPFL.
Endereço: R. Jorge de Figueiredo Corrêa, 1632 – Chácara Primavera, Campinas – SP, 13087-490
Telefone para mais informações: (19) 3756-8000
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Confira as datas das exibições:
06/11 | segunda | 17h
Avareza na literatura infantil | Pedro Caldas, 2019, 26 min, livre, documentário
Quando muito é pouco: a avareza no mundo contemporâneo – José Alves de Freitas Neto
Kafka | André Deak e Felipe Lavignatti, 2019, 02 min, livre, curtametragem
Despertar e descobrir-se transformado num inseto gigantesco. Ou ser preso, e depois julgado, sem sequer saber do que te acusam. Estas e tantas outras histórias que deixam a gente com o coração apertado foram criadas por Franz Kafka, um dos maiores escritores do século 20. Kafka, filho de uma família alemã judia nasceu em Praga, na República Tcheca, em 1883. Questionava o poder e a ciência que inventaram baionetas, rifles, pistolas, canhões e morteiros, granadas e gases venenosos que mataram mais de 16 milhões de pessoas, se considerarmos só o genocídio armênio e a Primeira Guerra Mundial. Franz Kafka escreveu a vida toda. Não somente contos, novelas, cartas, mas também diários, apesar de não ter ganhado dinheiro com suas obras. O mundo de Kafka trata do absurdo, da impotência que sentimos diante da força das leis e do poder das autoridades, das contradições sem solução, do corpo e dos desejos reprimidos. Os personagens nos causam desconforto. Não à toa, quando somos tragados por um universo de burocracia, dizemos que estamos numa situação kafkiana. Sua literatura, entretanto, pretende causar mais do que o desconforto: ela quer ser como um machado, que corta o mar congelado dentro de nós, e que nos reconecta com a nossa humanidade.
07/11 | terça | 17h
Ira e literatura marginal | Pedro Caldas, 2019, 26 min, livre, documentário
Da ira à esperança – Padre Contieri
Lacan | André Deak e Felipe Lavignatti, 2019, 02 min, livre, curtametragem
Jacques Lacan transformou a psicanálise dizendo que ela poderia ser uma ciência da linguagem ao invés da biologia, conhecido portanto como Linguística. O francês defendia que a psicanálise deveria fazer parte do dia-a-dia das pessoas. Um de seus grandes interesses era o estudo da construção da identidade; e a única ponte disponível entre o que somos por dentro e como as outras pessoas nos veem é através da linguagem. Por meio da fala, escrita, signos, pela escuta do analista, que nossas relações com o mundo e com o outro são transformadas. E é pela linguagem também que nossos sintomas são curados. Num analista, você conversa. Lacan dirá que você articula, simboliza, ressignifica coisas do seu inconsciente, da sua história e assim realiza um processo de cura.
08/11 | quarta | 17h
Imagem e inveja | Pedro Caldas, 2019, 26 min, livre, documentário
O pecado envergonhado: a inveja e a tristeza sobre a felicidade alheia – Leandro Karnal
Bordieau | André Deak e Felipe Lavignatti, 2019, 02 min, livre, curtametragem
Pierre Bordieau foi um sociólogo francês que vai estudar e propor sobre poder, privilégio., mobilidade social. Bordieau vai propor também as noções de capital social e capital cultural. Ele escreveu as obras como Questões de Sociologia e O Que Falar Quer Dizer: a economia das trocas simbólicas, um intelectual ativista.
09/11 | quinta | 17h (estreia)
O que vem depois do humano? | Rafael Scucuglia e Rafael Thomaz, 2023, 26 min, livre, documentário
Freud | André Deak e Felipe Lavignatti, 2019, 02 min, livre, curtametragem
Sigmund Freud, o “pai da psicanálise”, foi médico, especialista em neurologia. Depois de anos de estudo e observação, começou a achar que era possível tratar de um jeito novo as doenças da mente. Sem fazer lobotomia, processo comum na época que tirava um pedaço do cérebro da pessoa. Para Freud, as pessoas têm desejos inconscientes. Esses desejos influenciam o comportamento de todo mundo. E isso já começa quando a gente nasce. Freud desenvolveu os conceitos de id, ego, superego e também como esse conjunto que forma nossa personalidade podem gerar as neuroses e manias. Basicamente o que o psicanalista dizia era que existiam forças na nossa mente em luta constante no insconsciente. Ele dizia ter achado um jeito de acessar o inconsciente. Uma das formas de fazer isso, eram os sonhos. Pelos sonhos, nossos desejos reprimidos apareciam. Um dos livros mais famosos do Freud chama “A Interpretação dos Sonhos”.Os outros jeitos ele chamou de Livre Associação e Ato Falho. Há também uma teoria bem conhecida: o Complexo de Édipo. Freud interpretava que todo filho tem um desejo inconsciente pela própria mãe. Por causa de Freud muita coisa mudou no mundo. O jeito de tratar doenças da mente, o jeito de educar crianças e de nos conhecer. Não à toa ele é chamado de “pai da psicanálise”.
10/11 | sexta | 17h
Luxuria e literatura na vida | Pedro Caldas, 2019, 26 min, livre, documentário
A luxúria maldita – Luiz Felipe Pondé. Entre a luxúria e o pudor – Paulo Sérgio do Carmo
Donna Haraway | André Deak e Felipe Lavignatti, 2019, 02 min, livre, curtametragem Donna Haraway estudava biologia no final dos anos 60. E a mistura de seu lado ativista feminista com sua área de estudo culminaram no Manifesto Ciborgue. Publicado em 1985, ela tenta vencer as barreiras que separam os seres humanos por gênero, cor, espécie, raça. Esse ser apresentado por ela é o ciborgue, um híbrido do natural e do artificial. Segundo a bióloga, quando as pessoas dizem que algo é natural, estão dizendo que não pode ser mudado. Para um ciborgue, a mudança é constante desde de seu surgimento. Os padrões que nos são impostos como naturais são artificiais. Ninguém nasce de um jeito. Ninguém nasce de um gênero – tudo é construído em nós. Haraway explora as relações da ciência, da sociedade e do poder, sobretudo do patriarcado através do manifesto. Portanto, mudar o lugar de onde se olha, para Haraway, permite enxergar outras possibilidades de luta e de transformação.
13/11 | segunda | 17h
Quem é você | Cláudio Alvim, Rafael Scucuglia e Rafael Thomaz, 2019, 15 min, livre, documentário
A busca pela identidade no século 21, com Benilton Bezerra Jr., bourdieu: cultura, capital simbólico e reprodução, com Ana Maria Almeida, identidade e desenraizamento, com Jurandir F. Costa.
Nietzche | André Deak e Felipe Lavignatti, 2019, 02 min, livre, curtametragem
Friedrich Nietzsche nasceu em 1844, na Alemanha, filho de uma família com tradição religiosa. Era um homem com saúde muito fraca e por isso se aposentou cedo. Isso deu bastante tempo para que seguisse seus estudos contra o socialismo, que odiava. Para Nietzsche, todas as formas de igualdade eram falsas, porque não existe igualdade na natureza – existe a lei do mais forte. “O que não te mata te deixa mais forte” é uma frase dele. Entre os humanos, deveria prevalecer também o mais forte. Inclusive, dizia que existiam algumas pessoas que eram superiores (Übermensch). Deveríamos, aliás, ser governados por estas pessoas. No entanto, com o advento da religião e seu dogma sobre uma entidade sobrenatural, invisível, pregava que todas as pessoas eram iguais. Ao mesmo tempo, garantia uma casta de sacerdotes que estavam acima de todos, porque falava diretamente com este ser invisível. Era o século 19, e várias descobertas científicas estavam sendo realizadas. Nesse contexto que ele diz talvez uma de suas frases mais famosas: “Deus está morto”. Para quem criticava tanto a igreja, não espanta a opinião dele de que toda religião é opressiva. Também nunca acreditou numa raça superior. Para ele Übermensch era raro, pessoas entre milhões. Cada época tem reinterpretado Nietzsche de uma forma. Seu pensamento é poderoso e criativo porque vai na contramão do senso comum daquela época. Bem, talvez dessa também.
14/11 | ter | 17h
De onde você é? | Cláudio Alvim, Rafael Scucuglia e Rafael Thomaz, 2019, 15 min, livre, documentário
Identidade, diáspora e exílio, com Ricardo Timm. Fundamentalismo, geopolítica e estabilidade global, com Heni Ozi Cukier.
Henry Jenkins | André Deak e Felipe Lavignatti, 2019, 02 min, livre, curtametragem
Jenkins é professor de comunicação, jornalismo e artes cinemáticas nos Estados Unidos. Foi chefe do departamento de estudos de mídia do MIT durante mais de uma década. Basicamente, ele explica no livro Cultura da Convergência, que antes da internet, toda a comunicação acontecia em formatos de distribuição separados. Um filme era só um filme. Um livro era só um livro. Agora, as histórias começam nos quadrinhos, mas podem continuar num filme, virar jogo, continuar num livro. Cada uma é uma peça de um quebra-cabeça que monta a narrativa completa. Isso é a Narrativa Transmídia. Jenkins lança depois outro livro, justamente falando que as histórias agora se espalham pelas redes. A mídia precisa ser compartilhável. No Brasil esse livro se chama Cultura da Conexão. Jenkins foi um dos primeiros a apontar a mudança naquele velho jeito de distribuir conteúdo chamado “um pra muitos”, que o rádio e a televisão inauguraram. Não que isso vá acabar já, mas a comunicação um-pra-um, agora, faz parte do nosso dia-a-dia. Mensagens de propaganda não chegam mais só pela tv. Quem te envia é seu amigo, sua família e você mesmo quando manda para os outros.
16/11 | quinta | 17h (estreia)
Inteligência artificial e nós | Rafael Scucuglia e Rafael Thomaz, 2023, 26 min, livre, documentário
A inteligência artificial tem transformado rapidamente as perspectivas e os desafios em várias áreas da nossa vida. O medo de sermos superados ou dominados pelas máquinas parece obscurecer a realidade mais imediata: essa inteligência é produto da humanidade e reflete as escolhas feitas por aqueles que a desenvolveram. Como estamos lidando com esse processo revolucionário que já afeta profundamente nossa vida cotidiana? Como vamos regular e estabelecer os limites para seu uso?
Baumann | André Deak e Felipe Lavignatti, 2019, 02 min, livre, curtametragem
Sociólogo Zygmunt Bauman, criou os conceitos de de vida líquida, amor líquido, modernidade líquida. O polonês fala principalmente de consumismo, relações humanas e capitalismo global em seus textos. A velocidade do mundo é a velocidade das relações. Sua teoria é que hoje, vivemos num estado de coisas em que a liberdade gerou uma crise imensa. Essa liberdade impactou, inclusive, a forma como as pessoas se conectam. Por exemplo: online, existe uma facilidade muito grande para desconectar-se de uma conversa chata. Ao vivo, fica mais complicado sair de um papo desagradável. Bauman examinou muito o conceito de felicidade, afeto, e como a sociedade conectada levou o mundo para um lugar mais individualista. As pessoas, em busca de um ideal de amor e de uma felicidade permanente, não estão jamais satisfeitas. Todos querem afeto, mas também não querem comprometimento.
17/11 | sexta | 17h
Você é o seu cérebro? | Cláudio Alvim, Rafael Scucuglia e Rafael Thomaz, 2019, 15min, livre, documentário
Neurociências: nós somos nossos cérebros?, com Francisco Ortega. A invenção do remédio, com Alfredo Simonetti
Judith Butter | André Deak e Felipe Lavignatti, 2019, 02 min, livre, curtametragem
Judith Butler é uma filósofa dos Estados Unidos cujo trabalho tem a ver com pensar a política. É conhecida por seus escritos sobre o feminismo contemporâneo, a teoria queer, ética e relações de poder. No final dos anos 80, o feminismo discute os limites da categoria social da mulher. Butler começa a dizer que essa categoria mulher é insuficiente. É impossível falar em nome de uma mulher universal. Além de mulheres brancas, negras, indígenas, pobres, existem mulheres que estão além da própria questão biológica. Não há nenhuma barreira biológica, diz Butler, que impede alguém de tornar-se mulher, ainda que o registro diga o contrário. Butler tem como ponto de partida o legado da colega filósofa Simone de Beauvoir, seu célebre livro O Segundo Sexo. Ela concorda com Beauvoir: nada na natureza pode determinar uma certa ordem social – que é construída pela humanidade. Judith Butler aponta como os modelos de feminilidade e de masculinidade acabam justificando violações e violências cometidas por gente que se recusa a reconhecer a igualdade que partilhamos. O resultado: feminicídios. Crimes de homofobia. Ela alerta: quando o ódio se torna instrumento da política e da moral religiosa, a democracia está ameaçada.
21/11 | terça | 17h
A que você tem direito? | Cláudio Alvim, Rafael Scucuglia e Rafael Thomaz, 2019, 15min, livre, documentário
Novas fronteiras entre identidade e direitos humanos, com bethânia assy. Ética do Cotidiano com Mario Sergio Cortella e Clóvis de Barros Filho. Infância e política, Ilana Katz
Wiliam Gibson | André Deak e Felipe Lavignatti, 2019, 02 min, livre, curtametragem
Gibson pegou o que havia de mais subversivo na ficção científica dos anos 70 conhecida como New Wave e colocou num liquidificador com roupas de couro e cabos de computador. A meta dele era pensar futuros radicalmente diferentes do presente, e com isso reintroduzir a incerteza na linha do tempo. O futuro poderia não ser simplesmente uma evolução do que vemos hoje, mas algo completamente novo. Com problemas novos. Neuromancer, Monalisa Overdrive e Count Zero foram os livros mais famosos dele – que foram base, em grande parte, para a trilogia dos filmes Matrix. Gibson é um dos grandes escritores – talvez o maior – do sub-gênero conhecido como Cyberpunk. Mundos de alta tecnologia, drogas avançadas, cultura hacker e superpopulações empobrecidas. Bem, talvez isso já não seja tão ficção em alguns lugares.
22/11 | quarta| 17h
O que é ser brasileiro? | Cláudio Alvim, Rafael Scucuglia e Rafael Thomaz, 2019, 15min, livre, documentário
Hello, Brasil!, com Contardo Calligaris. Literatura e identidade no brasil, com Fred Coelho
Simone de Beauvoir | André Deak e Felipe Lavignatti, 2019, 02 min, livre, curtametragem
A filósofa Simone de Beauvoir escreveu o “Segundo Sexo”, em 1949. Falando do corpo e da sexualidade, a francesa afirmava que ser mulher não é uma condição inata. Que, pelo contrário, as pessoas tornam-se mulheres por causa das histórias que nos contam. Em outras palavras, o modo como as pessoas são cuidadas inscreve nos corpos um conjunto de valores que na vida adulta vai aparecer como destino. E este destino se manifesta em ser aquilo que se espera de uma mulher. A feminilidade, portanto, é uma construção social. E isso determina o lugar que as mulheres ocupam na sociedade. Segundo Beauvoir, uma maneira para construir um caminho de liberdade, é quando as mulheres se reúnem, conversam entre si sobre os seus problemas, e tomam consciência de que vivem problemas parecidos. Para ela, a emancipação da mulher tem a ver com os homens dividirem o trabalho do lar e a gestão das crianças. Só assim as mulheres podem conquistar independência econômica e soberania. Setenta anos depois do lançamento, o “Segundo Sexo” continua muito atual. As mulheres ainda lutam contra as mesmas violências. E os sonhos de liberdade andam mais vivos do que nunca, nos lares e nas ruas.
23/11 | quinta | 17h (estreia)
Algoritmo e você | Rafael Scucuglia e Rafael Thomaz, 2023, 26min, livre, documentário
Vivemos absolutamente conectados. Em certa medida, as conexões sociais são parte do que nosfazem humanos, no entanto, o advento da internet e das redes sociais exacerbaram e retorceram ossentidos da conectividade. A alta exposição, a necessidade de aprovação, a ansiedade, a onipresença do consumo. Como todas essas instâncias nos atravessam?
Hannah Arendt | André Deak e Felipe Lavignatti, 2019, 02 min, livre, curtametragem
Hannah Arendt, uma das maiores pensadoras do século 20 que vivou no contexto da Alemanha de Hitler. Ela tentou entender como surgiu uma ideologia que justificou o assassinato de milhões de pessoas: o Nazismo. O Holocausto, que matou milhões de pessoas, foi o que levou Hannah Arendt a escrever o livro “As Origens do Totalitarismo”. Os estudos dela falam de poder, maldade, autoridade, política e democracia direta. Hannah acompanhou o julgamento de Adolf Eichmann, um oficial nazista, onde ela percebe que Eichmann não era um monstro, mas uma pessoa normal. E ela afirma, ao contrário do que se pensava na época, que sob determinadas condições, qualquer um poderia cometer as atrocidades do nazismo. Virar um assassino, trabalhar como guarda nos campos de concentração ou gerenciar as planilhas que determinavam quem iria morrer ou viver. É o que ela chama de Banalidade do Mal. As pessoas obedecem ordens e hierarquias sem questionar muito. Por medo, por vergonha de contradizer um oficial. Outra sacada original dela foi pensar que o totalitarismo não será mais realizado apenas a partir da vontade de um líder. Como na era dos reis, onde se dizia que “isso é assim porque eu quero” e as pessoas obedeciam. A partir do século 20, os líderes totalitários precisariam justificar a violência e suas ações através de ideologias coerentes e convencer a massa: “É assim porque assim vai ser melhor.” Hannah Arendt ensina que é justamente quando a realidade nos parece mais inexplicável, é aí que se precisa pensar com mais liberdade.
24/11 | sexta | 17h
O que é a arte brasileira? | Cláudio Alvim, Rafael Scucuglia e Rafael Thomaz, 2019, 15min, livre, documentário
Semana de 22, artes visuais, com Ana Paula Cavalcanti Simioni. Semana de 22, música, Flavia Toni. Literatura e identidade no brasil, com Fred Coelho.
Manuel Castells | André Deak e Felipe Lavignatti, 2019, 02 min, livre, curtametragem
Manuel Castells é um sociólogo que ficou muito conhecido por uma trilogia de livros chamada Era da Informação. O espanhol escreve sobre como a informação é produzida, armazenada e distribuída. E sobretudo como a internet afetou isso. A análise que ele faz é que o capitalismo não é mais comercial, industrial ou mesmo financeiro. Agora, segundo ele, uma nova forma de capitalismo existe, baseada na informação: o Capitalismo Informacional. Ele também que inventou o termo TICS: Tecnologias da Informação e da Comunicação. Um dos melhores exemplos disso é o celular. O smartphone, que serve para ter acesso a muita informação além da sua função básica, que é ser um telefone. A partir dessas tecnologias, Castells aponta muitas mudanças no mundo, nas relações, no trabalho, no mundo acadêmico, e na família. O sociólogo se interessa muito pelo impacto da tecnologia entre jovens, na política. Para ele, os jovens vivem um período de possibilidades infinitas. Mas essa janela de oportunidade se fecha rápido, uma vez que o mundo exige submissão, não permitindo a liberdade. De um lado, os jovens numa cultura global, aberta. Conectados. Cultura da internet, que nasceu livre, e do outro, os adultos, os governos, que querem mais controle. Inclusive sobre os jovens.
27/11 | segunda | 17h
Quais são suas responsabilidades? Cláudio Alvim, Rafael Scucuglia e Rafael Thomaz, 2019, 15 min, livre, documentário
Relações humanas no mundo contemporâneo: testemunho como chave ética, Márcio Seligmann Silva. Como devemos viver? Sabedoria e felicidade, com Eduardo Wolf
Joseph Campbell | André Deak e Felipe Lavignatti, 2019, 02 min, livre, curtametragem Joseph Campbell foi um professor de literatura dos Estados Unidos que estudou mitologia como pouca gente estudou. Para ele, os mitos do passado nos ajudam a compreender o presente e a nós mesmos. Todas as narrativas heróicas tem a mesma estrutura. Campbell deixou algo que se tornou conhecido como “A Jornada do Herói”. A Jornada do Herói divide em etapas cada passo da história do protagonista onde há medo, recusa, superação e outras semelhanças tanto nas estruturas das histórias quanto na estrutura das personagens. Ele usou a teoria dos arquétipos, que o psicólogo suíço Carl Jung desenvolveu, para encontrar modelos de personagens que se repetem em todas as histórias de todas as sociedades.
Campbell não inventou uma regra, uma fórmula para escrever histórias, mas perceber as simetrias entre narrativas pode nos ajudar a inclusive a encontrar a melhor narrativa para a nossa própria história. Para nossa vida.
28/11 | terça | 17h
Mundos compartilhados | Pedro Caldas, 2018, 15 min, livre, documentário
O valor das diferenças em um mundo compartilhado | Benilton Bezerra Junior, Deficiência e diferenças | Izabel Maria Maior, Raça e racismos no Brasil Contemporâneo | Carlos Medeiros, O movimento feminista negro no Brasil: vozes, sujeitos e políticas | Núbia Regina Moreira
Madame Bovary | Pedro Caldas, 2018, 03 min, livre, curtametragem
Madame Bovary de Flaubert e as tiranias da intimidade, com Margareth Rago
29/11 | quarta | 17h
Juventude e educação | Pedro Caldas, 2018, 15 min, livre, documentário
A era da curadoria: o que importa é saber o que importa!, com Mario Sergio Cortella. Jovens Militantes na Educação, com Viviane Mosé e André Gravatá. Viver em Rede e viver da rede, com Augusto de Franco. O que, afinal, aconteceu em junho de 2013? com Marcos Nobre. É possível uma educação que busque a igualdade sem eliminar as diferenças?, com Bruno Tovar Falciano.
Dom Quixote | Pedro Caldas, 2018, 03 min, livre, curtametragem
Dom Quixote de Cervantes e a crise dos sonhos, com Janice Theodoro
30/11 | quinta | 17h (estreia)
Coexistir em sociedades? | Rafael Scucuglia e Rafael Thomaz, 2023, 26min, livre, documentário
A produção jornalística se transformou com grande velocidade a partir da ampliação do acesso à internet. O surgimento de novas mídias deu voz a grupos antes distantes da produção e circulação de notícias. Por outro lado, as redes sociais ampliaram a profundidade e rapidez do impacto das informações em nossas vidas, muitas vezes reforçando antigos padrões. Como essa nova dinâmica impacta nossa convivência social e digital? Como podemos pensar questões importantes como o racismo na era digital e da superexposição imagética?
Macuinaíma | Pedro Caldas, 2018, 03 min, livre, curtametragem
Macunaíma de Mário de Andrade e o enigma do herói às avessas, com José Miguel Wisnik
01/12 | sexta | 17h
Família Contemporânea | Pedro Caldas, 2018, 15 min, livre, documentário
As configurações familiares e a violência simbólica de gênero, com Maria Aglaé Tedesco Vilardo. Infância e novas configurações familiares, com Maria Rita Kehl. Responsabilidade: uma virtude psíquica ou uma aquisição cultural? com Ivan Capelatto.
Hamlet | Pedro Caldas, 2018, 03 min, livre, curtametragem
Hamlet de Shakespeare e o mundo como palco, com Leandro Karnal
04/12 | segunda | 17h
Filosofia hoje | Pedro Caldas, 2018, 26 min, livre, documentário
A aurora do pensamento ocidental, com José Arthur Giannotti. De Alexandria a Roma, com José Arthur Giannotti.Ética e Vergonha na cara!, com Mário Sérgio Cortella e Clóvis de Barros Filho. As transformações do mundo contemporâneo, com Luc Ferry. A ética necessária: responsabilidade e solidariedade, com Franklin Leopoldo e Silva.
Michel Foucault | André Deak e Felipe Lavignatti, 2019, 02 min, livre, curtametragem
Michel Foucault foi um filósofo e historiador francês que teve grande influência no pensamento do século 20, e ainda hoje é referência. Ele dedicou sua vida a criticar instrumentos de poder e controle da sociedade, como a polícia, a escola, os sistemas de justiça, os médicos e a psiquiatria. Ele pretendia entender como o poder opera em diversos níveis, para assim ser possível confrontá-lo e mudar a sociedade. Um de seus livros mais famosos é chamado “Vigiar e punir, história da violência nas prisões”. Este livro é de 1975, quando ainda não existiam câmeras de segurança ou celulares, mas podemos atualizar o pensamento do historiador para entender a própria internet como um gigantesco panóptico global. Ele diz que as escolas seriam parecidas com prisões, inclusive na sua arquitetura. Para ele, a educação precisa libertar, e em geral faz o contrário. Outros escritos muito importantes de Foucault falam da sexualidade e da loucura. Como historiador, ele dizia que antigamente os loucos eram mais bem tratados que hoje. Andavam livres, eram vistos como diferentes, não como pessoas que precisavam de cura. É a medicina contemporânea que teria inventado mais uma prisão para essas pessoas, os manicômios. O mesmo com o sexo. Para ele, tinha menos tabus antigamente. Ele recupera a arte erótica medieval, especialmente oriental, para mostrar o quanto o prazer livre era mais importante do que as regras impostas pela sociedade atual.
05/12 | terça | 17h
Orgulho Clandestino | Pedro Caldas, 2019, 26 min, livre, documentário
O mal primordial: o orgulho nosso de cada dia – Leandro Karnal
Sartre | André Deak e Felipe Lavignatti, 2019, 02 min, livre, curtametragem
Filósofo, escritor, ativista político, crítico literário. Jean-Paul Sartre foi uma das figuras mais importantes e influentes do pensamento do século 20, e continua a ser até hoje. Foi um dos grandes autores do Existencialismo, especialmente com seu livro mais famoso, “O ser e o nada”. Sartre é um dos criadores do pensamento chamado “Absurdismo”. Basicamente trata-se de perceber o quão absurdas são situações corriqueiras do dia a dia. Outro pilar do Existencialismo é pensar que, no limite, todos somos completamente livres. Você pode fazer o que quiser. As pessoas em geral tendem a achar mais confortável dizer “eu não tinha outra opção”. Isso, aliás, é o que Sartre chama de má-fé. Fechar os olhos para outras opções e dizer que você não podia fazer mais nada. É claro, existem consequências, mas você pode fazer o que quiser. Sartre era completamente anti capitalista. Ele dizia que o dinheiro é a coisa que mais faz as pessoas justificarem para si mesmos que não são livres. Ele aponta que o capitalismo é uma máquina gigante nos diz o tempo todo que precisamos comprar coisas. E para comprar coisas precisamos trabalhar. Isso aproximou muito Sartre do Marxismo. Visitou Fidel Castro e Che Guevara em Cuba. A CIA tinha um arquivo enorme sobre ele por isso. Seu pensamento é valioso até hoje porque nos ensina a pensar mundos que podem ser possíveis para além do que vemos no dia-a-dia. Viver de maneiras diferentes, sobretudo em nossas vidas privadas. Consumir menos, e portanto trabalhar menos.
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Inteligência Artificial e nós, com Dora Kaufman
A inteligência artificial tem transformado rapidamente as perspectivas e os desafios em várias áreas da nossa vida. O medo de sermos superados ou dominados pelas máquinas parece obscurecer a realidade mais imediata: essa inteligência é produto da humanidade e reflete as escolhas feitas por aqueles que a desenvolveram. Como estamos lidando com esse processo revolucionário que já afeta profundamente nossa vida cotidiana? Como vamos regular e estabelecer os limites para seu uso?
Coexistir em sociedade, com Dennis de Oliveira
A produção jornalística se transformou com grande velocidade a partir da ampliação do acesso à internet. O surgimento de novas mídias deu voz a grupos antes distantes da produção e circulação de notícias. Por outro lado, as redes sociais ampliaram a profundidade e rapidez do impacto das informações em nossas vidas, muitas vezes reforçando antigos padrões. Como essa nova dinâmica impacta nossa convivência social e digital? Como podemos pensar questões importantes como o racismo na era digital e da superexposição imagética?
Algoritmo e você, com Claudia Sciré
Vivemos absolutamente conectados. Em certa medida, as conexões sociais são parte do que nos fazem humanos, no entanto, o advento da internet e das redes sociais exacerbaram e retorceram os sentidos da conectividade. A alta exposição, a necessidade de aprovação, a ansiedade, a onipresença do consumo. Como todas essas instâncias nos atravessam?
O que vem depois do humano, com Rodrigo Petronio
Explorar as fronteiras da evolução tecnológica e suas implicações para a humanidade, investigando o avanço da inteligência artificial, da robótica e da biotecnologia. As fronteiras da ciborguização, da singularidade tecnológica e da busca pela imortalidade, provocam reflexões profundas sobre como entendemos nossa identidade, propósito e limites enquanto espécie. O que significa ser humano em um futuro onde máquinas e seres humanos coexistem e se fundem? Já não somos, hoje, melhorados pela tecnologia que permeia nossas vidas? E no futuro, como será?