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Brasil precisará qualificar mão-de-obra de turismo para receber a Copa, diz membro do Comitê de São Paulo

O Brasil deverá receber cerca de 500 mil turistas com a Copa do Mundo de 2014, estima Luiz Sales, diretor de Turismo e Entretenimento da empresa de turismo e eventos da cidade de São Paulo e Membro do Comitê Executivo de São Paulo para a Copa do Mundo FIFA 2014. Um dos problemas que precisam ser resolvidos até lá é a qualificação dos serviços no setor de turismo, para que o país não perca a oportunidade de melhorar sua imagem aos olhos do mundo.

“A África do Sul divulgou seus números agora, e recebeu pouco mais de 360 mil. A Alemanha recebeu 1 milhão de turistas. Mas lá o sujeito pega um trem, vai de bicicleta. Aqui a realidade será mais próxima da África”, avalia.

Sales fez a palestra que fechou o módulo Cidades Sustentáveis, que teve curadoria do ex-prefeito de Curitiba Jaime Lerner. O debate fez parte dos encontros que discutem a infraestrutura necessária para realizar a Copa no Brasil, em 2014.

“Vamos começar a testar muita coisa ainda, durante a Copa do Brasil, a Libertadores, o Brasileirão. A polícia, por exemplo, não deve dar orientação, como ocorre hoje. É preciso ter gente qualificada para isso ali. Polícia precisa ficar atenta à segurança”, apontou.

Segundo Sales, os investimentos para receber a Copa, até agora, estão próximos a R$ 120 bilhões, somando o que todas as cidades-sede declararam. São Paulo, apenas, propôs investir R$ 34 bilhões, entre gastos públicos e privados. “Mas gastar não é problema”, diz. “Gastar mal é problema. Colocar R$ 1 bilhão num estádio é gastar mal. Colocar isso num estádio em Recife é pior ainda – não tem time lá. Marginal Tietê entra nessa conta? Entra. Tem impacto na mobilidade durante a Copa. Então o certo é dizer assim: Quanto vocês vão investir na Copa? Nada. Gastar na Marginal não é investir na Copa. Outro exemplo: fazer um expresso para o Aeroporto de Guarulhos não é investimento apenas para a Copa. Isso já é necessário hoje”.

O Brasil não deverá ter lucro com a Copa, pelo menos a curto prazo. Muitos dos impactos são subjetivos, e Sales cita como exemplo a campanha da Alemanha – chamada Tempo de Fazer Amigos –, que conseguiu amenizar a imagem de “carrancudos” que os Alemães tinham – depois da Copa, “a gente até acha eles simpáticos”.

A visita à África do Sul mostrou também alguns cuidados: “Se investir mal, haverá prejuízo. Esse ensinamento vimos lá. Isso é assim para padaria, para uma fábrica, e também serve para Copa do Mundo. E temos duas eleições no caminho. Uma agora, que já prejudica alguns andamentos. E uma em 2012. Não temos tempo a perder”.

Veja abaixo a apresentação de Luiz Sales: