Copa do Mundo Feminina reduz a distância entre sonho e realidade para meninas no esporte
Foto e vídeo: Vinícius Duarte
Edição: João Pedro Ponce
Qual é o tamanho do seu sonho? Para a Vitória Grazeli, de 11 anos, o sonho de jogar futebol começou desde pequena. Hoje, ela faz parte da turma de futsal do projeto “Núcleos de Inclusão Social da CUFA”, em Nonoai (RS), uma iniciativa apoiada pelo Instituto CPFL por meio da sua frente de atuação social CPFL Jovem Geração, há 4 anos. Para a seleção brasileira, que estreia no próximo dia 24/7, na Copa do Mundo Feminina, esse sonho teve inúmeros obstáculos, especialmente com relação às oportunidades de carreira, apoio e visibilidade.
“O Instituto CPFL acredita que o esporte é uma potente ferramenta de inclusão. Por isso, apoia projetos sociais como a Oficina de Futsal da Cufa, que prepara e empodera meninas nas quadras e na vida, afinal, elas podem ser o que elas quiserem!”, explica a coordenadora de comunicação do Instituto CPFL e líder de equidade de gênero do Grupo CPFL, Carolina Magri.
No futebol, a equidade de gênero é uma conversa importante pois o esporte, historicamente, tem sido dominado pelos homens. Vale lembrar que, em abril de 1941, no Brasil, as mulheres foram proibidas de praticar determinadas modalidades, entre elas, o futebol. O proibitivo foi revogado em 1979, todavia, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) só regulamentou o futebol feminino no ano de 1983.
Mais do que uma reparação histórica, é necessário incentivar uma mudança cultural, visto que, para muitas atletas, integrar uma equipe de alta performance ainda é um sonho distante. Dados da pesquisa “Mulheres & Esporte: um pacto coletivo para uma nova narrativa”, apresentada no início deste mês pela Centauro, em parceria com o Grupo Consumoteca, apontam que 34% das meninas sonham em se tornar atletas profissionais; e para os meninos, 63,8% sonham com este objetivo.
Apesar da disparidade significativa entre o futebol masculino e o feminino, muitas iniciativas rompem a barreira do gênero e fomentam a prática do esporte com as meninas. Na oficina de futsal da Cufa, da qual a Vitória Grazeli faz parte, o sonho se torna realidade. Cerca de 50 meninas fazem parte de um time que já participa de competições municipais e regionais.
O time de futsal feminino da CUFA, em Nonoai (RS), existe desde 2019 e já revelou talentos de alto rendimento, como Vanice Krupinski, que já atuou na seleção uruguaia de futsal e hoje é treinadora e referência para as jogadoras mais novas da turma.
“Tinham poucos times de futsal feminino quando comecei a jogar, agora já tem mais times. Existem muitas meninas talentosas no Brasil inteiro e, às vezes, falta um pouco mais de apoio. Antes, era ver uma menina jogar bola e ouvir “deixa, futebol é para homem” e agora está mais igualado. Talvez não seja na primeira ou na segunda tentativa que dê certo, mas o futebol ensina a ter bastante persistência e levar os treinos a sério”, ensina Vanice.
Embora muito precise ser conquistado, a realização contínua da Copa do Mundo Feminina tem contribuído para o progresso no sentido de alcançar a igualdade de oportunidades no futebol e em outros aspectos da sociedade. Com mais visibilidade e investimento, como tem recebido a edição de 2023, espera-se que o futebol feminino continue crescendo e gerando mais oportunidades às mulheres dentro e fora dos gramados, em todas as áreas do esporte e da vida.