gravação: adolescências plurais, com andréa guerra
- instituto cpfl e youtube do café
- 19:00
13/04 | qui | 19h
Adolescências Plurais
Com Andréa Guerra, psicóloga e bacharel em direito. psicanalista e professora na universidade federal de minas gerais. autora de diversos livros.
Podemos dizer que a experiência adolescente é universal? Que nasce como conceito ou ideia com a primeira guerra mundial ocorrida na Europa no início do século 20? O que diriam os adolescentes indígenas brasileiros, hutus no Congo ou hispânicos nos EUA sobre o que é ser jovem hoje? Como pensar ao lado de adolescentes sobre seus desejos, ímpetos, temores, em uma perspectiva não adultocêntrica, binária ou cisheteropatriarcal? Como a vulnerabilidade e o desamparo de tantos marcam cada geopolítica e cada tempo histórico? Decolonizar o pensamento implica em rever perspectivas, abrir mão de uma única norma que se deseja hegemonicamente universal e rasgar imagens idealizadas sobre as juventudes.
Confrontar diferenças e rever interna, mas também objetivamente, nossa noção de alteridade, nos leva a revisitar medos, angústias e desejos de segurança quando estamos face a face com a ousadia e a irreverência adolescentes. Essa visita a outros mundos não nos deixa mais (in)diferentes, ao contrário, a partir dela podemos abrir o caminho para repensar e redistribuir responsabilidades, conhecer adolescências plurais e contra-hegemônicas e abrir-se ao que essa diferença pode potencializar.
Falamos em “adultescência” ou adolescentização prolongada, enquanto jovens da periferia brasileira ou da Costa do Marfim trabalham, de modo escravo ou quase, desde os nove anos de idade. Seria possível tomar uma única concepção de adolescência para tratar dessa vivência tão única?
> Entrada gratuita no estúdio do Café, por ordem de chegada, a partir das 18h. Rua Jorge Figueiredo Corrêa, 1632, Chácara Primavera, Campinas/SP.
Série:
Café Filosófico CPFL 20 anos
Depois de 20 anos investigando modos de vida na contemporaneidade, qual agenda ainda faz sentido abordar? O que aconteceu no mundo nestes últimos 20 anos? O que mudou nas práticas de cuidado com nós mesmos, e de cuidado dos nossos vínculos com os outros e com o mundo? O que se passou em nossa vida pessoal, profissional? Em nossas relações amorosas, sexuais? O que se passou em nossa cultura de excessos? Como se transformaram nossos prazeres, angústias, anseios, esperanças?
Seria a conectividade um dos paradigmas do agora? Mundos conectados, áreas do conhecimento conectadas. Tudo hoje parece interligado em uma coexistência colaborativa. Conexão entre povos de diferentes culturas, entre humanos e natureza, entre humanos e não humanos. Conexão que transforma indústrias, serviços e seus ecossistemas, exigindo uma mudança profunda no gerenciamento e na governança. Conexão de sentidos, transversalidade, interdependência. Onde tudo e todos tornaram-se dados, capturados como nunca antes; dados que revelam os nossos comportamentos, os fluxos de nossos deslocamentos. Revelam o que pensamos, desejamos, e inclusive aquilo que estamos testemunhando. Como a conectividade vem afetando nossos entendimentos sobre temas tão importantes como amor, família, casamento, sexualidade, infância, adolescência, envelhecimento, morte?
Em 2023, o Café Filosófico CPFL se volta aos seus mitos fundadores: reorganizar o passado, entender o agora, apontar o futuro. Mesmo depois de 20 anos de intensa produção narrativa, não é possível renunciar à questão primordial: o que dá sentido às nossas existências? As respostas possíveis a essa questão não estavam prontas há 20 anos, e os apontamentos a que chegamos nesses últimos 20 anos, mudarão de direção nos próximos 20. Tudo é fluxo na filosofia, e na duração de nossa experiência. Uma vez mais é preciso coletivamente reconstruir, recompor e reavaliar respostas possíveis à pergunta primordial. É preciso simplesmente trocar ideias sobre nossas vidas, socializando nossas incertezas e desenhando um pouco melhor nossos enigmáticos autorretratos.