somos nossa identidade terrena, com ricardo voltolini
- instituto cpfl e youtube do café
- 19:00
25/08 | qui | 19h | inédito
Somos nossa identidade terrena
com ricardo voltolini, especialista em sustentabilidade
local: instituto CPFL | entrada gratuita, por ordem de chegada, a partir das 18h
e transmissão ao vivo, às 19 horas, pelo canal Youtube.com/cafefilosofico
o mundo pós-pandemia é, acima de tudo, um mundo de incertezas e desafios complexos. Aquecimento global, injustiça climática, escassez de recursos naturais, aumento das distâncias sociais entre ricos e pobres, guerras, ameaças à democracia e intolerância às diferenças são alguns dilemas ligados ao nosso atual modelo de desenvolvimento econômico. não por acaso, estão mencionados direta ou indiretamente nos 17 Objetivos do desenvolvimento Sustentável, a agenda estabelecida, em 2015, pela ONU, com prazo até 2030, para a construção de um mundo melhor, mais justo, inclusivo e igualitário.
segundo o filósofo Edgar Morin, autor de Sete Saberes Necessário para a Educação do Futuro, a Terra é nossa pátria. somos, portanto, cidadãos terrenos. e se partilhamos “um mesmo destino comum”, quando confrontados com a nossa crise planetária, precisamos aprender o valor de nossa identidade terrena, de nossa condição humana, da compreensão e da ética do gênero humano. se somos a causa do problema que nos ameaça, precisamos ser também a solução, desenvolvendo noções como empatia, solidariedade, altruísmo, ecocentrismo, visão sistêmica e de interdependência.
série: nossa cidadania terrena
curadoria: ricardo voltolini
as mais recentes conclusões do Painel de Cientistas do Clima da ONU colocam todos os inquilinos da Terra diante de um dilema que afeta o nosso destino comum: se foram nossos modos de produzir e consumir que levaram a um quadro preocupante de mudanças climáticas e, se somos, cada um de nós, na exata medida de nossas pegadas ecológicas, responsáveis pela situação, devemos ser também, portanto, protagonistas da mudança sob pena de atingirmos um ponto a partir do qual a própria existência humana estaria comprometida. o mesmo ocorre com a questão do consumo de recursos naturais. se considerarmos projeção feita pela WWF de que estamos retirando 25% a mais de recursos do que a Terra é capaz de repor, a dívida cumulativa em curso precisará ser quitada pelas próximas gerações. igual raciocínio se aplica ao cenário atual de aumento da desigualdade, da intolerância às diferenças e liberdades.
como alterar a rota num cenário de distopia? recorro a Edgar Morin a respeito de uma possível alternativa, ainda que utópica: tão importante quanto “valorizar a condição humana” –um dos sete saberes necessários á educação do futuro—é ensinar a “identidade terrena.” de acordo com o filósofo francês, será cada vez mais necessário abordar a complexa crise planetária atual “mostrando que todos os seres humanos, confrontados, de agora em diante, com os mesmos problemas de vida e morte, partilham um destino comum.”
para fortalecer a “nossa identidade terrena”, considerando o pensamento de Morin, será necessário aprendermos todos sobre a nossa “condição humana” (fazer com que os indivíduos assumam a consciência de sua identidade complexa e de sua identidade comum a todos os outros seres, compreendendo as relações entre o uno e o diverso), sobre a “ética do Gênero humano” (a Terra é nossa Pátria. Precisamos desenvolver as autonomias individuais, das participações comunitárias e da consciência de pertencer à espécie humana. precisamos que esta consciência se converta em vontade de realizar a cidadania terrena) e sobre a compreensão (a compreensão mútua entre os seres humanos, próximos ou estranhos é, daqui para a frente, vital para que as relações humanas saiam do seu estado bárbaro de incompreensão.)
em síntese, a ideia-força dos sete saberes de Morin (“nossa cidadania terrena”) pressupõe sermos o que escolhermos como destino comum.
serviço
onde: estúdio de gravação do café filosófico no Instituto CPFL
endereço: Rua Jorge Figueiredo Corrêa, 1632, Chácara Primavera, Campinas/SP
transmissão ao vivo: às 19 horas Youtube.com/cafefilosofico
classificação: 14 anos
ingressos: entrada gratuita