Café Filosófico
11
ago

somos a nossa comunidade, com nilton bonder

  • instituto cpfl e youtube do café
  • 19:00

11/08 | qui | 19h | inédito
somos a nossa comunidade
com nilton bonder, rabino e escritor

local: instituto CPFL | entrada gratuita, por ordem de chegada, a partir das 18h
e transmissão ao vivo, às 19 horas, pelo canal Youtube.com/cafefilosofico

o que precisamos aprender, como gênero humano, sobre assumir a consciência de nossa identidade complexa e comum a todos os outros seres. A pandemia redescobriu a importância do outro. revigorou, em diferentes níveis, a noção de empatia que torna as relações humanas mais próximas porque nos faz sentir a dor do outro como se fosse nossa. vivemos num mundo sistêmico e interdependente. nossas políticas públicas são orientadas de forma cartesiana e com base na noção de dependência. na disseminação global dos 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, a ONU tem insistido no conceito de que nenhum indivíduo deve ser deixado para trás. não existe prosperidade quando ela não é uma ideia para todos.

série: nossa cidadania terrena
curadoria: ricardo voltolini

as mais recentes conclusões do Painel de Cientistas do Clima da ONU colocam todos os inquilinos da Terra diante de um dilema que afeta o nosso destino comum: se foram nossos modos de produzir e consumir que levaram a um quadro preocupante de mudanças climáticas e, se somos, cada um de nós, na exata medida de nossas pegadas ecológicas, responsáveis pela situação, devemos ser também, portanto, protagonistas da mudança sob pena de atingirmos um ponto a partir do qual a própria existência humana estaria comprometida. o mesmo ocorre com a questão do consumo de recursos naturais. se considerarmos projeção feita pela WWF de que estamos retirando 25% a mais de recursos do que a Terra é capaz de repor, a dívida cumulativa em curso precisará ser quitada pelas próximas gerações. igual raciocínio se aplica ao cenário atual de aumento da desigualdade, da intolerância às diferenças e liberdades.
como alterar a rota num cenário de distopia? recorro a Edgar Morin a respeito de uma possível alternativa, ainda que utópica: tão importante quanto “valorizar a condição humana” –um dos sete saberes necessários á educação do futuro—é ensinar a “identidade terrena.” de acordo com o filósofo francês, será cada vez mais necessário abordar a complexa crise planetária atual “mostrando que todos os seres humanos, confrontados, de agora em diante, com os mesmos problemas de vida e morte, partilham um destino comum.”

para fortalecer a “nossa identidade terrena”, considerando o pensamento de Morin, será necessário aprendermos todos sobre a nossa “condição humana” (fazer com que os indivíduos assumam a consciência de sua identidade complexa e de sua identidade comum a todos os outros seres, compreendendo as relações entre o uno e o diverso), sobre a “ética do Gênero humano” (a Terra é nossa Pátria. Precisamos desenvolver as autonomias individuais, das participações comunitárias e da consciência de pertencer à espécie humana. precisamos que esta consciência se converta em vontade de realizar a cidadania terrena) e sobre a compreensão (a compreensão mútua entre os seres humanos, próximos ou estranhos é, daqui para a frente, vital para que as relações humanas saiam do seu estado bárbaro de incompreensão.)
em síntese, a ideia-força dos sete saberes de Morin (“nossa cidadania terrena”) pressupõe sermos o que escolhermos como destino comum.

serviço

onde: estúdio de gravação do café filosófico no Instituto CPFL
endereço: Rua Jorge Figueiredo Corrêa, 1632, Chácara Primavera, Campinas/SP
transmissão ao vivo: às 19 horas Youtube.com/cafefilosofico
classificação: 14 anos
ingressos: entrada gratuita