Novembro: Cine CPFL apresenta filmes sobre conflitos vistos pelo cinema atual
Mostra Cinema e Reflexão reúne quatro títulos produzidos entre 2012 e 2017, com diretores do Brasil, Rússia, Palestina e Hungria; o acesso é online e gratuito, via plataforma Looke
Em novembro, a programação do Cine CPFL, apresentada pelo Instituto CPFL por meio da Mostra Cinema e Reflexão, reúne filmes com o tema “conflitos vistos pelo cinema atual”. Os longas serão disponibilizados entre os dias 2 e 30 de novembro, na plataforma brasileira Looke, com acesso gratuito para todo o território brasileiro no endereço www.mostracinemaereflexao.com.br.
Com curadoria assinada por Francisco Cesar Filho e Lucas Reitano, a programação inclui “A Memória que me Contam”, da brasileira Lúcia Murat e vencedor do prêmio da crítica internacional no Festival de Moscou; “Francofonia – Louvre Sob Ocupação”, do cineasta russo Aleksandr Sokurov, premiado no Festival de Veneza; “Degradé”, assinado pelos diretores gêmeos palestinos Arab Nasser e Tarzan Nasser, selecionado para o Festival de Cannes; e “Lua de Júpiter”, do húngaro Kornél Mundrucz, também exibido em Cannes.
“A Memória que me Contam” (Brasil, 2012, 95 min, 16 anos) traz no elenco o ator Franco Nero – ícone italiano que já atuou em mais de 200 filmes desde os anos 1960 e esteve em “Django Livre” (2012), de Quentin Tarantino. Ao seu lado estão os brasileiros Zé Carlos Machado, Otávio Augusto, Clarisse Abujamra, Hamilton Vaz Pereira, Irene Ravache e Simone Spoladore. O enredo focaliza uma ex-guerrilheira, que é o último elo entre um grupo de amigos que resistiu à ditadura militar brasileira (1964 – 1985). Com a iminente de sua norte, eles se reencontram na sala de espera de um hospital. Para o crítico Pablo Villaça, o filme “é uma pequena obra-prima que toca não só por seus méritos artísticos, mas também políticos.” A realizadora Lúcia Murat assina também longas-metragens premiados, como “Como Bom Te Ver Viva” (1989), “Brava Gente Brasileira” (2000) e “Quase Dois Irmãos” (2004).
“Francofonia – Louvre Sob Ocupação” (“Francofonia”, França/Alemanha/Holanda, 2015, 88 min, 10 anos) se passa em 1940, na cidade de Paris. Lá, o diretor do Museu do Louvre e um general da ocupação nazista trabalham juntos – inicialmente como inimigos, mas posteriormente como colaboradores. Juntos, eles formaram uma aliança para assegurar a preservação de tesouros do museu. Segunda a crítica especializada, o filme é uma representação metafórica sobre as relações entre arte e poder. No elenco estão Louis-Do de Lencquesaing, Vincent Nemeth e Benjamin Utzerath. O director Aleksandr Sokurov já conquistou 47 prêmios internacionais, em festivais como Cannes, Berlim, Veneza, Locarno, Roterdã, Londres, Moscou, Toronto e na Mostra Internacional de Cinema em São Paulo. Entre suas produções mais conhecidas estão “Tauros” (2001), “Arca Russa” (2002) e “Fausto” (2011).
Vencedor do prêmio de melhor filme no Festival de Atenas, “Degradé” (“Dégradé”, Palestina/França/Qatar, 2015, 85 min, 16 anos) se passa em um lotado salão de beleza. Estão ali reunidos uma divorciada amarga, uma mulher religiosa, uma lunática viciada em drogas de prescrição, uma jovem noiva, entre outras. Mas o dia de lazer é interrompido quando tiros surgem do outro lado da rua. A família do submundo do crime roubou o leão do zoológico de Gaza e um deles decidiu que é hora de acertar velhas contas. Estrelado por Hiam Abbass, Victoria Balitska e Manal Awad, este é o primeiro longa-metragem dirigido pelos irmãos Arab Nasser e Tarzan Nasser. Com sua obra seguinte, “Gaza, Mon Amor” (2020), os irmãos foram selecionados para o Festival de Veneza e premiados em Toronto.
Por fim, “Lua de Júpiter” (“Jupiter Holdja”, Hungria/Alemanha/França, 2017, 129 min, 14 anos) tem como personagem principal um jovem imigrante sírio que é baleado ao tentar cruzar ilegalmente a fronteira com a Hungria. Depois do choque provocado pelo acidente, ele descobre que adquiriu o poder de levitar e, agora, preso em um campo de refugiados, precisa contar com a ajuda do Dr. Stern – que tem interesses muito específicos em sua habilidade sobrenatural. Protagonizado pelos atores Merab Ninidze, Zsombor Jéger e György Cserhalmi, o filme foi vencedor dos prêmios de melhor fotografia e desenho visual na Semana do Cinema Húngaro; conquistou o Câmera de Ouro no Festival Internacional de Fotografia Manaki Brothers; e melhor direção no Austin Fantastic Fest. Com a carreira de ator, o cineasta Kornél Mundrucz teve grande evidência em 2020 quando conquistou, com seu longa “Pieces of a Woman”, o prêmio de melhor filme no Festival de Veneza.
Serviço
Cine CPFL de novembro – “Conflitos vistos pelo cinema atual”
Quando: de 2/11 a 30/11
Onde: Plataforma Looke – acesso gratuito e online
Informações: www.mostracinemaereflexao.com.br