Cinema

Setembro: Cine CPFL exibe seleção de filmes chineses

Programação reúne títulos clássicos e destaques recentes, inclusive quatro filmes do aclamado cineasta Zhang Yimou; Acesso será online e gratuito, disponível pela Looke

A programação do Cine CPFL de setembro apresenta uma seleção especial com onze filmes chineses durante a Mostra Cinema e Reflexão. O acesso será totalmente online e gratuito, via Looke – plataforma brasileira de streaming – através do endereço: www.mostracinemaereflexao.com.br

A mostra faz parte das atividades do mês de Intercâmbio Brasil-China, festival promovido pelo Instituto CPFL em setembro, e que chega a sua 4ª edição em 2020 com ações que promovem a cultura chinesa no Brasil.

Os títulos, realizados entre 1937 e 2006, são assinados por diretores consagrados internacionalmente como Zhang Yimou, Chen Kaige e Feng Xiaoning, e estarão disponíveis gratuitamente para todo o território brasileiro até o dia 30 de outubro.

Os lançamentos serão divididos em três lotes, confira:

Lote 1 – a partir de 3/9:

Com quatro longas-metragens incluídos, o diretor Zhang Yimou é uma das principais atrações do ciclo. Um dos mais famosos cineastas chineses, consagrado internacionalmente a partir dos anos 1980, com mais de 130 premiações acumuladas, ele se destaca pelo apuro técnico e o cromatismo de seus filmes. Em “A História de Qiu Ju” (1992), o realizador trabalha com a atriz Gong Li, certamente a mais internacional atriz chinesa (basta lembrar que ela foi protagonista do hollywoodiano “Miami Vice”). A obra foi a grande vencedora do Festival de Veneza, onde Li também foi considerada a melhor atriz. O foco da história é a vida camponesa e uma jovem prestes a dar à luz. E sentimos na história como o povo chinês é persistente e orgulhoso.

Já com “Nenhum a Menos” (1999), Zhang Yimou venceria novamente o prêmio principal do Festival de Veneza. Ambientado em uma pequena aldeia pobre, o enredo focaliza um professor que se vê obrigado a retornar à sua casa, para cuidar da própria mãe que está prestes a morrer. O prefeito da aldeia, então, contrata uma substituta temporária, que tem apenas treze anos.

Em “Herói” (2002), Zhang Yimou contou com a atuação do ídolo Jet Li, ator de sucesso em produções de Hollywood. O longa-metragem mostra seu protagonista, chamado Sem Nome, contando como derrotou cada um de seus inimigos – e se desmentido pela versão do rei local. A maneira como o diretor utiliza signos e cores foi bastante elogiada pela crítica especializada e a obra foi indicada ao Oscar de melhor filme estrangeiro.

O Clã das Adagas Voadoras (2005)/Divulgação

Outra realização de Zhang Yimou indicada ao Oscar de melhor filme estrangeiro incluída na seleção é “O Clã das Adagas Voadoras” (2005). No total, a obra conquistou 26 prêmios internacionais e e arrebatou público e crítica especializada por seu visual arrebatador, com destaque ainda para as sequências de luta, com coreografias que envolvem lanças, flechas, espadas, adagas, bambus, tecidos e todo tipo de adereço. Em alguns momentos, é como se os personagens estivessem apresentando um verdadeiro balé, movendo-se com sincronia e graça.

Lote 2 – a partir de 11/9:

Chan Kaige é colega de Zhang Yimou na chamada quinta geração do cinema chinês, o primeiro grupo que saiu da Escola de Cinema de Pequim depois do fim da Revolução Cultural e que foi mundialmente reconhecido a partir dos anos 1980. “Terra Amarela” (1984) é a obra de estreia de Kaige e conquistou prêmios internacionais, inclusive dois deles no importante Festival de Locarno. No enredo, um soldado tem uma estranha missão: ele foi enviado para o interior do país, totalmente rural, para aprender canções tradicionais e populares daquele povo. Mas, ao se hospedar em uma família humilde de de camponeses, ele aprende muito mais que canções. E a direção de fotografia do filme é de Zhang Yimou.

Já a comédia dramática “Encruzilhada” (1937), de Shen Xiling, é um clássico do cinema chinês que descreve as vidas difíceis dos cidadãos comuns do país no final dos anos 1930. Era perído da Grande Depressão em todo o mundo, o que era agravado pelo fato de que a China já estava em guerra. Em 2001, uma sequência foi feita, apesar do intervalo de meio século, intitulada “Nova Encruzilhada”. O diretor Shen Xiling assina oito longas-metragens, todos da década de 1930.

Terra Amarela” (1984)/Divulgação

Um dos títulos mais importantes da história do cinema na China, “As Lágrimas de Yang Tze” (1947), de Zheng Junli e Cai Chusheng, é um drama de guerra com linguagem do melodrama para compor uma obra épica e trágica. Ambientado na época da Segunda Guerra Sino-Japonesa, a obra é dividida em duas partes. O enredo se inicia com a história comovente de um casal da classe trabalhadora cujo casamento foi destruído pela guerra. O codiretor Zheng Junli alcançou prestígio também em sua carreira como ator, tendo atuado em diversas produções na década de 1930.

“A Dor do Amante Sobre o Rio Amarelo” (1999) é um drama de guerra que também foi o representante oficial chinês na corrida para os indicados ao Oscar de melhor filme estrangeiro. A trama gira em torno de um piloto norte-americano que durante a Segunda Guerra Sino-Japonesa faz um pouso forçado perto da Grande Muralha no norte da China, onde ele conhece e se apaixona por uma jovem. O diretor do filme, Feng Xiaoning, faz parte da famosa quinta geração de cineastas chineses, al lado de Zhang Yimou e Chen Kaige.

Lote 3 – a partir de 17/9:

Vencedor do prêmio do público no Festival de Montreal, entre outras premiações, “O Carteiro das Montanhas” (1999), de Huo Jianqi, é um drama familiar com a história de um homem que passou a vida entregando correspondências em uma região montanhosa. Agora, forçado a aposentar-se por problemas de saúde, ele faz o trajeto com seu filho de 24 anos, que vai sucedê-lo no trabalho. O diretor Huo Jianq começou carreira na segunda metade dos anos 1990, assina 13 filmes e já colecionou mais de 20 premiações internacionais.

Palácio de Verão” (2006)/Divulgação

“As Pedras Sagradas Silenciosas” (2005) é um longa-metragem tibetano dirigido por Pema Tseden, um dos cineastas da novíssima geração chinesa. O enredo focaliza um jovem Lama vindo de um mosteiro remoto e entusiasmado com a vida, ansioso para aprender e curioso sobre tudo. O filme ganhou o prêmio Novo Talento Asiático e o diretor já assinou outros seis longas-metragens.

No drama romântico “Palácio de Verão” (2006) a protagonista da história deixa sua aldeia natal e vai a Pequim, para cursar a universidade. Lá, ela vai se envolver em um relacionamento intenso e compulsivo com outro aluno. Os distúrbios estudantis de 1989 se seguem e cobram seu preço. O diretor do filme, Lou Ye, é formado pela Academia de Cinema de Pequim e foi considerado um dos mais talentosos jovens realizadores da China. Já assinou 13 filmes e conquistou 23 premiações internacionais.


Outros detalhes:

“A História de Qiu Ju” (China, 110 min, 12 anos, 1992 em mandarim com legendas em português), de Zhang Yimou

“A Dor do Amante Sobre o Rio Amarelo” (China, 110 min, 1999, 14 anos, em mandarim e inglês com legendas em português), de Feng Xiaoning

“As Lágrimas de Yang Tze” (China, 390 min, em duas partes, 1947, em mandarim com legendas em português), de Zheng Junli e Cai Chusheng

“As Pedras Sagradas Silenciosas” (China, 102 min, 2005, 12 anos, em tibetano com legendas em português), de Pema Tseden,

“Encruzilhada” (China, 90 min, 1937, 12 anos, em mandarim com legendas em português), de Shen Xiling

“Herói” (China, 120 min, 2002, 12 anos, em mandarim com legendas em português), de Zhang Yimou

“Nenhum a Menos” (China, 106 min, 1999, 12 anos, em mandarim com legendas em português), de Zhang Yimou

“O Carteiro das Montanhas” (China, 93 min, 1999, 12 anos, em mandarim com legendas em português), de Huo Jianqi,

“O Clã das Adagas Voadoras” (China/Hong Kong, 120 min, 2005, 14 anos, em mandarim com legendas em português), de Zhang Yimou

“Palácio de Verão” (China, 158 min, 1006, 16 anos, em mandarim com legendas em português), de Lou Ye

“Terra Amarela” (China, 90 min, 1984, 14 anos, em mandarim com legendas em português), de Chen Kaige