Café Filosófico
25
maio

café de hoje cancelado devido às dificuldades de deslocamento

  • instituto cpfl
  • 19:00

café filosófico
25/05| sex | 19h
max horkheimer e theodor adorno: a intensificação da personalidade autoritária
com fábio akcelrud durão, professor da unicamp de teoria literária

Em meados da década de 1940, quando os filósofos Max Horkheimer e Theodor Adorno, expoentes da chamada “Teoria Crítica da Sociedade”, realizaram um estudo seminal sobre os contextos e tendências de formação da personalidade autoritária em meio ao exílio nos EUA, as conclusões se mostraram impactantes: a sociedade norte-americana, mais liberal e democrática do que as sociedades europeias – sobretudo quando a comparamos aos regimes totalitários à época –, também (re)produz estruturas propícias à eclosão do fascismo: a ultracompetitividade traz à tona o ódio étnico e a xenofobia mais rematados quando a instabilidade e o desemprego se tornam as bases do cotidiano; a despeito de o profundo desenvolvimento técnico-científico ampliar nossas possibilidades de vida, seu caráter hermético e intangível para os cidadãos tende a nos tornar frágeis diante de mecanismos que nos escapam – daí as tendências de clamor por líderes fortes e autoritários que, supostamente, conseguiriam ordenar o caos da vida social. (A infantilização dos indivíduos que precisam lutar de forma contumaz pela sobrevivência – ainda que a produção de riquezas possibilite a supressão das carências básicas – é mais uma das facetas da banalidade do mal).

De forma trágica e cada vez mais alarmante, as características sociopatológicas apresentadas acima se mostram recrudescidas em nossa época – daí a importância de uma discussão que, para arrematar o módulo “As metamorfoses da banalidade do mal”, mostre como as tendências fascistas não pertencem apenas a determinado contexto histórico, já que, em situações de crise, elas podem dar vazão às características mais regressivas dos homens e mulheres.