Quando pode a razão ajudar a potência de nossos afetos? Spinoza, Nietzsche e Winnicott, os valores e a imaginação – André Martins
Publicado em:12/03/2009 às 00:27:00
Pessimismo e otimismo são expressões do medo e de uma dificuldade em afirmar o presente e suas vicissitudes. Nada mais compreensível de acontecer nos dias de hoje, de tantas crises e inseguranças, em que a base outrora sólida dos valores morais e sociais parece se esfacelar e ruir sob nossos pés. A filosofia nos ensina, no entanto, que a afirmação do presente é possível seja qual for este presente, e mais, que ela é o ponto de partida incontornável para qualquer tipo de transformação do próprio presente. Pois essa transformação só é real se for antes afetiva e pessoal, pois os valores nos constituem. Uma ética se contrapõe assim a uma moral prescrita de regras de comportamento e ação.
André Martins é filósofo e psicanalista, professor adjunto da Faculdade de Medicina da UFRJ, onde orienta pesquisas de graduação, mestrado e doutorado, e leciona no curso de graduação em Filosofia, no Programa de Pós-Graduação em Filosofia e no Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva. É Doutor em Filosofia pela Université de Nice, Doutor em Teoria Psicanalítica pela UFRJ, e tem Pós-Doutorado Sênior pela Université de Provence.