06
set

06/09 | sáb | 20h: música erudita contemporânea ao vivo: Os sintomas da Guerra, com Olga Kopylova e Yuri Rakevich

  • 20:00

100 ANOS DEPOIS – A música da Grande Guerra

Este mês, a cpfl cultura nos convida a ouvir os torturados sons produzidos por quatro compositores do leste europeu e da Rússia que viveram e criaram durante a Grande Guerra. Medo, insegurança, sonhos, delírios, fugas e exílios interiores – sensações que transparecem nestas obras capitais de um século atrás.

Na Hungria, Béla Bartók, 33 anos, foi obrigado a reduzir o universo geográfico de suas pesquisas folclóricas às aldeias remotas da Transilvânia e da Romênia a partir da eclosão da Primeira Guerra Mundial, a que ficou conhecida como A Grande Guerra.

Em Praga, o compositor Leos Janácek, 60 anos, mudou radicalmente sua vida afetiva e criativa: separou-se da mulher e assumiu um caso avassalador com Kamila Stosslová no período de guerra (ela serviu-lhe de musa inspiradora de uma incrível sequência de grandes criações musicais, até sua morte em 1928).

Em Varsóvia, Karol Szymanowski, 31 anos, não foi convocado para o exército polonês em 1914 por doença. Permaneceu até 1918 vivendo como um ermitão: passou muita necessidade financeira, mas jamais deixou de compor.

Na Rússia, Aleksander Scriabin, 42 anos, vivia seus sonhos teosóficos e musicais místicos, tentando capturar o Mistério do Universo. Imaginou até uma obra multimídia a estrear nas geladas montanhas do Himalaia. Passou o verão de 1914 no campo. Lá compôs suas últimas obras, já em plena Grande Guerra.

06/09 | sáb | 20h

Os sintomas da Guerra

Olga Kopylova | piano

Yuri Rakevich | violino

Janácek colocou no manuscrito de um dos movimentos desta sonata a data “1º. de agosto de 1914”, para comemorar a entrada dos russos no conflito, que aconteceu naquele dia, quando a Alemanha declarou guerra à Rússia. Mas estes foram derrotados no final daquele agosto, e a sonata ficou inacabada. Apenas a Balada estava concluída. Os quatro movimentos só foram terminados em 1922. A escrita é cerrada, original, e Janácek toma distância em relação a uma amarração formal mais rígida. Szymanowski compôs o tríptico grego Mitos entre março e junho de 1915 numa cidade próxima a Kiev, na Ucrânia. Usa uma sofisticada técnica de harmônicos compostos. Bartók escreveu sua sonata três anos depois do término da Guerra. E nela exibe influências de Schoenberg no Allegro appassionato inicial, e de Debussy no Adagio central; no Allegro final, há ecos de canções romenas.

Programa

Leos Janácek (1854-1928): Sonata para violino e piano

– Con Moto

– Ballada

– Allegretto

– Finale

Karol Szymanowski (1881-1937): Mythes

– A fonte de Aretusa

– Narciso

– Dríades e Pan

Béla Bartók (1881-1945): Sonata para violino e piano

– Allegro appassionato

– Adagio

– Allegro

local: auditório umuarama | cpfl cultura (rua jorge figueiredo corrêa, 1632, chácara primavera, campinas – sp);
data: 06/09/2014
horário: 20h;
capacidade: auditório umuarama: 162 lugares;
classificação etária: 14 anos;
entrada gratuita, por ordem de chegada, a partir das 19h. vagas limitadas;
informações: (19) 3756-8000 ou em www.cpflcultura.com.br;