A nova cara da polícia após 2014
Durante a Copa e a Olimpíada teremos que apresentar um novo modelo policial no Brasil. O atual, é consenso, já está falido. Esta é a opinião de Renato Sérgio de Lima, atual secretário-geral do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Durante a palestra Segurança pública e desenvolvimento da série Segurança pública e Copa do Mundo 2014: oportunidades e desafios de Denis Mizne, Renato questionou a segurança pública no Brasil apresentando um histórico da defesa no país.
Ouça entrevista com o palestrante
O palestrante explicou que se propôs um desafio e o curador aceitou: como reconstruir a associação de segurança pública e desenvolvimento. “A gente tem que pensar legado, que polícia que queremos, que modelo de segurança publica queremos.” Para ele, a Copa de 2014 serve tanto de ponto de chegada como inflexão, para pensarmos um modelo de desenvolvimento, onde segurança nao seja pre-condição, mas que seja elemento constituinte que garanta direitos, paz e cidadania.
Durante sua apresentação, Renato levantou um histórico da polícia no país e do treinamento militar. “A polícia de São Paulo se orgulhava de ter peça de artilharia, aviação militar. Polícia precisa ter isso? Se pensamos em seguranaça pública e não nacional”, questionou apontando a falta de clareza do papel policial no Brasil.
A falência do atual sistema é clara para ele, porém, Renato disse que não há consenso quanto ao que colocar no lugar. Para exemplificar uma faceta da policia atual, Renato falou sobre o filme Tropa de Elite 2, que apresena o universo das milícias. “É este tipo de polícia que queremos?”, argumentou. “Esse modelo de milícia no Rio de Janeiro é de máfia, algo que sempre disseram que nao existia no Brasil, o esquema mafioso”. Segundo ele, corremos o risco de fazer um papelão durante a Copa e Olimpíada. “O modelo que eu defendo é de pactuação pra dizer o que se esperar das polícias e o que as polícia deve fazer num conceito de segurança pública”.