Hora de repensar a relação do homem com a água
O homem cresce às margens dos rios e lagos desde o início da civilização. O modo como lidamos com a água parece ter sido deixado pra trás, mas essa relação é fundamental para as grandes cidades. Para Oscar de Moraes Cordeiro Netto, engenheiro civil e professor do Departamento de Engenharia Civil e Ambiental da Universidade de Brasília (UnB) chegou a hora do Brasil, com a Copa e a Olimpíada, repensar a relação do homem com a água no ambiente urbano.
Oscar foi o último palestrante da série Cidades, sem água e sob águas: desafios para 2014, que contou com sua curadoria. E para o encerramento, foi apresentado Uma agenda para cidades sustentáveis, uma espécie de resumo dos outros três eventos. Em todos eles, foi apontado o saneamento como o grande problema, muito mais do que o abastecimento. Oscar retomou essa ideia reforçando principalmente as causas.
Durante a palestra, foram mostrados números do recurso hídrico da América do Sul, que impresionam pela abudância. Porém, alertou Oscar, “tudo que vem com abundância, pode gerar a cultura do desleixo. Nós não temos sabido cuidar dos nossos rios”.
Além disso, segundo Oscar, o Brasil tem um problema de distribuição de água. “Se consideramos as mudanças climáticas, isso se complica ainda mais. Todos os cenários apontam para um fenômeno comum: todas as regiões do Brasil, vai aumentar o período de chuvas em períodos mais curtos, o que pode gerar enchentes, pela concentração de água em um período curto”.
Para finalizar, durante sua apresentação, Oscar mostrou gráficos e mapas e uma imagem que ilustra bem o descuido que temos. Três rios, um em Maceió, um em São Paulo e um Rio de Janeiro. Em todos, havia um sofá.