Os erros de cálculos e as mudanças climáticas no Brasil e no mundo
José Eli da Veiga encerrou no dia 25 de agosto na FAAP em São Paulo o módulo Mudanças climáticas e perspectivas para o Brasil que contava com sua curadoria abordando Crescimento econômico e desenvolvimento na transição ao baixo carbono. No início do evento, o palestrante afirmou que pretendia responder as dúvidas geradas nos três primeiros encontros.
A intensidade-carbono e sua medição pautou sua fala, mostrando que é difícil este cálculo e induz muitas vezes ao erro. O exemplo citado por ele foi o do Brasil, onde somente 20% das emissões vêm de energias fósseis. “Por isso a intensidade do país é baixa, porque não contabiliza o restante de nossas emissões, como desmate, queima e agropecuária”, afirmou.
O cálculo da intensidade-carbono leva em conta a produção de uma unidade de produto e o quanto de gases de efeito estufa gerados nesta produção. Os números mundiais também podem enganar. “A intensidade caiu mais de 1/3 nos países desenvolvidos entre 1980 a 2006, mas hoje as emissões globais sao 60% superiores as de 1980 por causa do aumento da população e do consumo”.
A culpa nos países desenvolvidos pelo estrago já sentido em todo planeta também é uma estratégia errada, segundo José Eli. “Não faz sentido culpar os países que mais contribuíram, pois o fizeram numa época que ninguém sabia das consequências. Não faz sentido culpar meu avô que era italiano, por exemplo, pela industrialização italiana”, brincou no final, lembrando que os dados que nos dizem o que está acontecendo agora são recentes, de menos de 30 anos.