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o que querem as mulheres? poéticas e políticas feministas na atualidade

com curadoria de margareth rago.

a enorme expansão dos feminismos branco, negro, indígena e comunitário constitui um fenômeno da atualidade que chama a atenção e pede explicações. embora se trate de um movimento nascido no século 19, os feminismos vivem uma grande explosão em décadas recentes, atestando mutações e deslocamentos em sua constituição e modos de atuação, afirma a historiadora da unicamp margareth rago, curadora do módulo. mas afinal: o que querem as mulheres?
“as mulheres não tinham o direito à vida pública, não desfrutavam do livre acesso aos negócios e aos cargos de direção, na cultura, na política ou na educação, nem podiam usufruir da sociabilidade nos bares, restaurantes ou cafés, pelo menos nas mesmas condições que os homens. além de serem consideradas incapazes de se autogovernarem, devendo submeter-se à autoridade masculina, eram também excluídas do direito ao corpo e à sexualidade, sob pena de serem olhadas como anormais”, afirma a especialista.
segundo ela, em nossos dias, a dicotomia eva/virgem maria foi questionada à exaustão, assim como inúmeros mitos relativos ao corpo feminino. “os feminismos politizaram radicalmente a entrada das mulheres na esfera pública, conferindo novos sentidos à sua ação e participação na vida social, política e cultural. pode-se dizer que a grande conquista feminina e feminista do chamado ‘século das mulheres’, o século 20, foi o direito à existência, sem o qual é impossível começar, se queremos um mundo fundado na justiça social, no respeito e na liberdade.”
mas e hoje? O que querem as mulheres num mundo em que já são reconhecidas como capazes de gerirem a própria vida, de assumirem a direção de empresas e instituições e de serem competentes chefes de família?, questiona rago. “o que querem as mulheres quando a virgindade deixa de ser uma exigência para o casamento e quando a maternidade, agora voluntária, deixa de ser considerada como missão necessária para a realização de uma suposta essência feminina? e como as mulheres enfrentam os desafios atuais, considerando-se o registro crescente da violência doméstica e de gênero, assim como os ataques dos grupos conservadores misóginos em ascensão no mundo neoliberal?”

gravado em junho de 2016.

serie (6): o que querem as mulheres? poéticas e políticas feministas na atualidade

  • gravação | semana de 22, artes visuais, com ana paula cavalcanti simioni

    Ao contrário do que se imagina, nem sempre Anita Malfatti e Tarsila do Amaral tiveram o reconhecimento que hoje lhes é atribuído pela historiografia. A centralidade de ambas foi construída ao longo do século XX, em um processo que não foi nem cumulativo e nem linear, e que teve seu apogeu durante as décadas de 1960 e 1970. A apresentação pretende discutir as oscilações históricas nas reputações de ambas, partindo da “Era Vargas”, quando ocupavam um lugar discreto e secundário no campo, até a comemoração do cinquentenário da Semana de 22, em 1972, quando passaram a ser vistas como figuras centrais para a história do modernismo brasileiro. Tal centralidade foi constituída por meio de discursos generificados, que geram e reiteram certas tipologias de feminilidade, concebidas em um período autoritário do ponto de vista político.
  • versão para tv | feminismo e religião, com maria josé rosado

    religião e feminismo aparecem na esfera pública em campos opostos. de um lado, a defesa dos direitos das mulheres de controlarem seus corpos, suas vidas, autonomamente, sem tutela. de outro, as religiões, com suas doutrinas e normas dirigidas à regulação dos comportamentos individuais e das regras sociais. feministas e agentes religiosos disputam assim, na arena política, na tentativa de estabelecer seus projetos, constituindo-se em componentes importantes das dinâmicas de constante produção e reprodução da sociedade.
  • versão para tv | feminismos, corpo e saúde, com simone diniz

    o corpo e a saúde estiveram na agenda de todas as gerações de feminismos, porém os das décadas de 60 e 70 enfatizaram a reivindicação política da autonomia sobre o corpo, com a contracepção e o aborto, e a crítica à medicalização da fisiologia feminina, incluindo a sexualidade, a menstruação, o parto e o envelhecimento. em tempos de internet, emergem insurreições pela democratização das informações e do poder de decisão, com narrativas subversivas disputando com a medicina as concepções de saúde e bem-estar.
  • versão para tv | movimento feminista negro no brasil, com núbia regina moreira

    o processo de construção do feminismo negro no brasil surge como uma possibilidade de organização das lutas das mulheres  negras que se desenrolam desde o final dos anos 1970 até os dias atuais. como fruto da intersecção entre o “feminismo tradicional” (e as suas varias vertentes) e dos movimentos negros, o feminismo negro se fundamenta num espaço plural de discursos de identificação feminista do sujeito politico mulher negra. portanto, a leitura que se pretende realizar neste modulo parte da ideia de que o feminismo negro é uma pluralidade, que comporta diferentes posições de sujeitos que se orientam para mobilização politica em torno das exigências e demandas das mulheres negras.
  • versão para tv | insubmissão feminista, com margareth rago

    a historiadora margareth rago, curadora desta série, fala das poéticas e políticas feministas, lembrando que no século xx a mulher conquistou o direito à existência, no entanto, no xxi ela ainda luta pelo respeito ao seu corpo e suas escolhas. desde as revoluções culturais dos anos 70 o feminismo não para de crescer. hoje são diversos os movimentos feministas, com suas bandeiras plurais. e os desafios continuam, dentro e fora do próprio movimento.​
  • gravação | feminismos, corpo e saúde: uma agenda no século 21, com simone diniz

    o corpo e a saúde estiveram na agenda de todas as gerações de feminismos, porém os das décadas de 60 e 70 enfatizaram a reivindicação política da autonomia sobre o corpo, com a contracepção e o aborto, e a crítica à medicalização da fisiologia feminina, incluindo a sexualidade, a menstruação, o parto e o envelhecimento. em tempos de internet, emergem insurreições pela democratização das informações e do poder de decisão, com narrativas subversivas disputando com a medicina as concepções de saúde e bem-estar.

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