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as razões do ódio

com curadoria de luiz felipe pondé.

podemos amar sempre? o cristianismo diz que amar ao próximo é uma possibilidade e uma salvação para todos. mas, e todo mundo merecer amor? a nova hipocrisia (“o totalitarismo do bem social”) diz que sim, basta darmos aos homens e mulheres boa educação, condições de vida, ferramentas de auto-estima, um meio ambiente sustentável, enfim, instrumentos para a transformação do ser humano em um ser de luz, tolerância e amor social. alguns crêem que o mal seja apenas uma palavra para descrever o mundo da ignorância e do irracional. combatendo a ilusão da religião e dos mitos, pautando a vida pela ciência e pela certeza do avanço político alcançado (o dogma da democracia), muitos de nós, respiramos aliviados. doce ilusão. seria o ser humano capaz de deixar pra atrás seus fantasmas de ódio, rancor, inveja e destruição? Vamos ouvir o que alguns filósofos têm a dizer sobre isso: aristóteles, marco aurélio, hobbes, os iluministas, nietzsche, freud, adorno, sartre, hannah arendt, foucault, sloterdijk, entre outros.

a hipótese deste módulo é que não. a vocação para o ódio e para o mal no homem e na mulher é algo intrínseco. suas formas históricas são variadas, mas a fonte é sempre a mesma: somos um animal assustado, acuado, insatisfeito, que compara sucessos, que se sente injustiçado, em sofrimento continuo.

o diagnóstico que este módulo propõe analisar é que as “tentações do bem” – forma contemporânea de negação neurótica da sombra assustadora do humano, materializada no politicamente correto, no neopaganismo de uma natureza pretensamente santa, numa obsessão de saúde, enfim, numa política de mentira sistemática acerca dos limites do bem e do amor na vida concreta – fazem do homem um exilado de si mesmo, sem condições de olhar a si mesmo no espelho e ver a escuridão que também o habita e o constitui. sempre haverá guerras, mortes, injustiça, medo porque estas são faces do humano, assim como o são sua capacidade para a arte, ciência, filosofia e moral.

durante quatro encontros, quatro pensadores discorrerão pelas sombras do humano apontando quatro tópicos distintos, mas relacionados, buscando por diante de nós as razões do ódio e como compreender algumas das causas de sua existência eterna e constante, contra as ilusões de um mundo que se diz melhor pelo amor à mentira.

gravado em 2011.

serie (6): as razões do ódio

  • versão para tv | o ódio no brasil, com leandro karnal

    o que na história e no cotidiano do brasil nos leva ao ódio e à violência? é possível sempre “amar o povo” (entendido como uma “multidão”), mesmo sendo invasivo, grosseiro, violento em suas manifestações históricas? índio, negro e europeu: a “alma brasileira” detesta a si mesma? apenas a fome leva o homem ao gosto pelo mal?
  • versão para a tv | ódio e fundamentalismo, com igor gielow

    O 11 de setembro revelou ao mundo uma das mais profundas manifestações de ódio da História. Desde então a questão do terrorismo aflige especialistas, formadores de opinião e cidadãos. O terrorista abre mão da própria vida em nome da morte de inocentes. Quais os motivos de um ódio tão intenso? Quem é, afinal, o terrorista? As respostas a essas perguntas envolvem causas políticas, econômicas, geográficas e morais. O jornalista Igor Gielow se propõe não a justificar o ato terrorista, mas a compreendê-lo para, quem sabe, conseguir evitá-lo um dia.
  • versão para tv | ódio e fundamentalismo, com igor gielow

    A partir de uma experiência de vida cotidiana entre grupos como os Talebans no Afeganistão e Paquistão, o premiado jornalista nos guiará pela geografia do ódio fundamentalista islâmico naqueles países. Seria possível responder a seguinte questão: por que eles odeiam tanto a civilização ocidental? É possível “amar” o terrorista? Qual a justa medida numa relação com ele? Com Igor Gielow. Palestra da série As Razões do Ódio, de Luiz Felipe Pondé. Gravada no dia 16 de setembro de 2011.
  • gravação | a europa e o ódio ao “outro”, com dante claramonte gallian

    Crises de xenofobia na Europa crescem a cada dia. Apesar do discurso constante contra esse horror, mantém-se entre grande parte dos europeus o sentimento de que os imigrantes são de alguma forma uma causa da deterioração de seu cotidiano. Afinal, por que os europeus não teriam o direito de fechar suas fronteiras? Haverá uma ciência da razão e da experiência que sustente o amor compulsório ao “outro”? Com Dante Claramonte Gallian. Palestra da série As Razões do Ódio, de Luiz Felipe Pondé. Gravada no dia 30 de setembro de 2011 em Campinas
  • íntegra | o ódio no brasil | leandro karnal

    O que na história e no cotidiano do Brasil nos leva ao ódio e à violência? É possível sempre “amar o povo” (entendido como uma “multidão”), mesmo sendo invasivo, grosseiro, violento em suas manifestações históricas? Índio, negro e europeu: a “alma brasileira” detesta a si mesma? Apenas a fome leva o homem ao gosto pelo mal? Com Leandro Karnal. Palestra da série As Razões do Ódio, de Luiz Felipe Pondé. Gravada no dia 23 de setembro de 2011.
  • íntegra | o fundamentalismo islâmico | igor gielow

    A partir de uma experiência de vida cotidiana entre grupos como os Talebans no Afeganistão e Paquistão, o premiado jornalista nos guiará pela geografia do ódio fundamentalista islâmico naqueles países. Seria possível responder a seguinte questão: por que eles odeiam tanto a civilização ocidental? É possível “amar” o terrorista? Qual a justa medida numa relação com ele? Com Igor Gielow. Palestra da série As Razões do Ódio, de Luiz Felipe Pondé. Gravada no dia 16 de setembro de 2011.

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